Custo Cesta Básica – Agosto 2024
Pesquisa realizada por acadêmicos de Administração da UFMS em Chapadão do Sul, sob coordenação de Michele Aparecida Nepomuceno Pinto, aponta que o custo médio da Cesta Básica no município foi de R$ R$ 686,73 no mês de agosto de 2024, apresentando uma redução em relação ao mesmo período do ano anterior, o qual era de R$730,97. No entanto, a análise detalhada dos dados mostra que as variações nos preços dos produtos individuais foram significativas, com alguns alimentos apresentando aumentos consideráveis e outros, reduções expressivas.
Os resultados indicam que, enquanto alguns alimentos como arroz e banana registraram aumentos expressivos, outros, como manteiga e tomate, apresentaram quedas significativas. Segue uma análise detalhada dos percentuais analisados:
Tabela 1: Custo total da Cesta Básica
PRODUTO | PREÇO CESTA BÁSICA
CHAPADÃO DO SUL AGOSTO DE 2023 |
PREÇO CESTA BÁSICA CHAPADÃO DO SUL AGOSTO DE 2024 |
VARIAÇÕES % |
|
Açúcar | R$ 15,83 | R$ 15,93 | 0,62% | |
Arroz | R$ 16,38 | R$ 23,14 | 41,28% | |
Banana Nanica | R$ 40,09 | R$ 41,92 | 4,57% | |
Banana Prata | R$ 46,69 | R$ 55,96 | 19,85% | |
Batata | R$ 27,91 | R$ 36,02 | 29,06% | |
Café | R$ 20,76 | R$ 22,23 | 7,06% | |
Coxão Duro | R$ 71,95 | R$ 67,74 | -5,85% | |
Coxão Mole | R$ 76,50 | R$ 80,06 | 4,65% | |
Farinha de Trigo | R$ 7,18 | R$ 6,64 | -7,53% | |
Feijão Preto | R$ 38,29 | R$ 40,15 | 4,86% | |
Leite Integral | R$ 48,42 | R$ 49,68 | 2,60% | |
Manteiga | R$ 59,19 | R$ 30,52 | -48,44% | |
Óleo | R$ 7,17 | R$ 7,05 | -1,74% | |
Pão Francês | R$ 99,84 | R$ 99,85 | 0,01% | |
Patinho | R$ 86,50 | R$ 79,22 | -8,42% | |
Tomate | R$ 68,27 | R$ 30,64 | -55,13% | |
R$ 730,97 | R$ 686,73 | |||
Fonte: 8º semestre do curso de Administração da UFMS, Câmpus de Chapadão do Sul.
CESTA X SALÁRIO MÍNIMO
Quando se compara o custo da cesta no município de Chapadão do Sul, MS e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em agosto de 2024, 48,64% do rendimento líquido para adquirir os produtos alimentícios básicos e 41,70% para adquirir os itens adicionais. Ao fazer um comparativo com a cesta básica do ano anterior, houve uma diminuição de 11,22% da cesta da DIESEE e 1,31% da cesta de itens adicionais.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica no mês de agosto, para uma pessoa com renda de um salário mínimo, foi de 107,00 horas. Comparando os itens adicionais da cesta básica entre agosto de 2023 e agosto de 2024, houve um aumento nas horas trabalhadas. Em 2023, eram necessárias 87,52 horas de trabalho para adquirir uma cesta adicional no valor de R$ 525,11 em Chapadão do Sul. Já em 2024, são necessárias 91,75 horas para adquirir a mesma cesta, agora custando R$ 588,85. Além disso, com base nos valores supracitados, é possível determinar que o salário-mínimo necessário para sobrevivência, consumindo os itens da Cesta Básica do DIEESE, seria de R$ 5.769,24 em Chapadão do Sul.
Após os resultados apresentados com a pesquisa do valor da Cesta Básica em Chapadão do Sul, foi feito um comparativo com a análise do valor de 17 capitais espalhadas pelo país através do DIESEE. Segue tabela abaixo, onde mostra a cidade em 7º no ranking:
Cidade | Valor da Cesta em agosto 2024 | Variação em 12 meses (%) |
Salário Mínimo Líquido (%) |
Tempo de Trabalho |
São Paulo | R$ 786,35 | 5,06 | 60,21 | 122h31m |
Florianópolis | R$ 756,31 | 1,66 | 57,91 | 117h50m |
Rio de Janeiro | R$ 745,64 | 3,16 | 57,09 | 116h11m |
Porto Alegre | R$ 740,82 | -2,60 | 56,72 | 115h26m |
Campo Grande | R$ 714,60 | 3,31 | 54,71 | 111h20m |
Curitiba | R$ 697,08 | 1,74 | 53,37 | 108h37m |
Chapadão do Sul | R$ 686,73 | -6,01 | 58,40 | 107h00m |
Vitória | R$ 684,21 | 3,53 | 52,39 | 106h36m |
Brasília | R$ 673,14 | -2,44 | 51,54 | 104h53m |
Goiânia | R$ 667,87 | 4,11 | 51,13 | 104h04m |
Belém | R$ 664,92 | 3,88 | 50,91 | 103h36m |
Belo Horizonte | R$ 655,25 | 1,43 | 50,17 | 102h05m |
Fortaleza | R$ 630,48 | -1,90 | 48,27 | 98h14m |
Salvador | R$ 560,72 | -2,62 | 42,93 | 87h22m |
Natal | R$ 555,68 | -4,39 | 42,54 | 86h35m |
João Pessoa | R$ 548,90 | -2,86 | 42,03 | 85h31m |
Recife | R$ 533,12 | -8,20 | 40,82 | 83h04m |
Aracaju | R$ 516,40 | -4,84 | 39,54 | 80h28m |
Fonte: Dieese 2024.
Com base no relatório de agosto do DIESEE, a cesta mais cara no mês foi a de São Paulo, com o valor de R$ 786,35, ou seja, Chapadão do Sul no índice das pesquisas das capitais ficaria em 7° lugar, abaixo da capital do estado Campo Grande, que apresentou cesta no valor de R$ 714,60.
As oscilações nos preços da cesta básica têm um impacto direto no bolso do consumidor, principalmente daqueles com renda mais baixa. Conforme a pesquisa, um trabalhador que recebe o salário mínimo precisaria dedicar cerca de 48,64% de seu rendimento líquido para adquirir os produtos da cesta básica.
“A variação nos preços dos alimentos impacta diretamente o orçamento familiar”, afirma a professora Michele. “Famílias com renda mais baixa são as mais afetadas, pois precisam destinar uma parcela maior de seus recursos para a alimentação, comprometendo o consumo de outros itens essenciais.”
Os pesquisadores apontam diversos fatores que podem influenciar as variações nos preços da cesta básica, como:
- SAZONALIDADE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA: estando sujeita a variações climáticas e sazonais, o que pode afetar a oferta e os preços dos alimentos.
- CUSTOS DE PRODUÇÃO: aumentosnos custos de produção, como fertilizantes e energia, podem ser repassados para o consumidor final.
- POLÍTICA ECONÔMICA: medidasgovernamentais, como políticas de incentivo à produção e controle de preços, também podem influenciar os preços dos alimentos.
Contudo, destaca-se que acompanhar as variações nos preços da cesta básica é de extrema importância, uma vez que elas têm um impacto significativo no dia a dia da população. Os resultados obtidos podem servir como base para a elaboração de políticas públicas que visem garantir o acesso a alimentos saudáveis e acessíveis para todos.
As oscilações nos preços da cesta básica em Chapadão do Sul demonstram a necessidade de uma atenção constante às questões relacionadas à alimentação e à segurança alimentar. É fundamental que tanto o poder público quanto a sociedade civil trabalhem em conjunto para garantir que todos tenham acesso a uma alimentação adequada e nutritiva.
Créditos: 8º semestre do curso de Administração da UFMS, Câmpus de Chapadão do Sul.
Coordenação: Michele Aparecida Nepomuceno Pinto.