Chapadão do Sul registra aumento no custo da cesta básica em agosto
O levantamento do custo da cesta básica em Chapadão do Sul indicou aumento de 6,98 % no mês de agosto de 2025, segundo pesquisa realizada por estudantes do oitavo semestre do curso de Administração e coordenada pela professora Michele Aparecida Nepomuceno Pinto, doutora em economia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O valor passou de R$ 722,65 em agosto de 2024 para R$ 773,07 em 2025.
O estudo se baseou nos critérios da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, desenvolvida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que define treze itens essenciais para a alimentação de um trabalhador adulto durante um mês, conforme o Decreto-Lei n° 399, de trinta de abril de mil novecentos e trinta e oito. Entre esses itens estão carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes, pão francês, café em pó, frutas, açúcar, banha ou óleo e manteiga. O grupo de pesquisa também avaliou outros itens visando compor uma cesta mais diversificada. Os valores foram coletados em oito supermercados do município em nove de agosto.
A análise revelou que alguns produtos apresentaram redução – como arroz, batata e feijão preto – e outros registraram alta, a exemplo do tomate, café e determinados cortes de carne bovina. A Tabela abaixo destaca as principais variações apuradas entre agosto de 2024 e de 2025.
| Produtos | 2025 | 2024 | Variação (%) |
| Açúcar | R$ 14,14 | R$ 16,76 | -15,66% |
| Arroz | R$ 17,09 | R$ 24,35 | -29,83% |
| Banana Nanica | R$ 38,64 | R$ 44,11 | -12,40% |
| Banana Prata | R$ 43,97 | R$ 58,89 | -25,33% |
| Batata | R$ 19,67 | R$ 37,90 | -48,10% |
| Café | R$ 39,85 | R$ 23,39 | 70,36% |
| Coxão Duro | R$ 89,32 | R$ 71,28 | 25,30% |
| Coxão Mole | R$ 89,42 | R$ 84,25 | 6,14% |
| Farinha de Trigo | R$ 7,35 | R$ 6,99 | 5,21% |
| Feijão Preto | R$ 30,47 | R$ 42,25 | -27,87% |
| Leite Integral | R$ 49,51 | R$ 52,28 | -5,29% |
| Manteiga | R$ 54,54 | R$ 32,12 | 69,83% |
| Óleo | R$ 8,30 | R$ 7,42 | 11,83% |
| Pão Francês | R$ 110,74 | R$ 105,07 | 5,40% |
| Patinho | R$ 104,09 | R$ 83,36 | 24,87% |
| Tomate | R$ 55,96 | R$ 32,24 | 73,55% |
Para uma pessoa com rendimento equivalente ao salário mínimo, o custo da cesta básica comprometeu, em média, 55,05% do valor líquido após desconto previdenciário. Isso correspondeu a cento e doze horas e quatro minutos de trabalho, frente a cento e sete horas em agosto de 2024.
Chapadão do Sul superou Campo Grande entre os custos das cestas no estado, com valor ligeiramente maior que a capital. Nacionalmente, o município ficou à frente de Capitais como Curitiba, Brasília e Vitória. O cenário reforça desafios para o interior do país, onde o custo pode ser comparável a grandes centros urbanos.
| Cidade | Valor da Cesta em Agosto 2025 | Salário Mínimo Líquido (%) | Tempo de Trabalho |
| São Paulo | R$ 850,84 | 60,59 | 123h19m |
| Florianópolis | R$ 823,11 | 58,62 | 119h17m |
| Porto Alegre | R$ 811,14 | 57,77 | 117h33m |
| Rio de Janeiro | R$ 801,34 | 57,07 | 116h08m |
| Cuiabá | R$ 800,22 | 56,99 | 115h58m |
| Chapadão do Sul | R$ 773,07 | 55,05 | 112h04m |
| Campo Grande | R$ 768,79 | 54,75 | 111h25m |
| Curitiba | R$ 752,70 | 53,61 | 109h05m |
| Vitória | R$ 743,47 | 52,95 | 107h45m |
| Brasília | R$ 739,10 | 52,64 | 107h07m |
| Belo Horizonte | R$ 725,90 | 51,70 | 105h12m |
| Fortaleza | R$ 723,06 | 51,49 | 104h47m |
| Palmas | R$ 720,45 | 51,31 | 104h25m |
| Goiânia | R$ 718,94 | 51,20 | 104h12m |
| Boa Vista | R$ 693,84 | 49,41 | 100h33m |
| Belém | R$ 687,30 | 48,95 | 99h37m |
| Macapá | R$ 672,50 | 47,89 | 97h28m |
| Teresina | R$ 663,41 | 47,25 | 96h09m |
| Manaus | R$ 657,22 | 46,81 | 95h15m |
| São Luís | R$ 644,21 | 45,88 | 93h22m |
| Rio Branco | R$ 641,27 | 45,67 | 92h56m |
| Porto Velho | R$ 631,28 | 44,96 | 91h29m |
| Recife | R$ 629,14 | 44,81 | 91h11m |
| João Pessoa | R$ 622,08 | 44,30 | 90h09m |
| Natal | R$ 622,00 | 44,30 | 90h09m |
| Salvador | R$ 616,23 | 43,89 | 89h19m |
| Maceió | R$ 596,23 | 42,46 | 86h25m |
| Aracaju | R$ 558,16 | 39,75 | 80h54m |
Os dados reforçam a importância do monitoramento regular do custo de itens essenciais e levantam questões sobre o acesso à alimentação e o poder de compra dos trabalhadores.
Texto: equipe do projeto de extensão do curso de Administração do Câmpus de Chapadão do Sul. Supervisão: professora Michele Aparecida Nepomuceno Pinto. Foto: divulgação.
